quarta-feira, 29 de julho de 2009

Candidatura com total transparência

"Fazer mais e melhor" é simples: basta ter sensibilidade e gosto pela estética do belo
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O blog "Arganilense"
publicou uma entrevista com um dos administradores deste sítio "Fazer mais e melhor", Carlos A.P.Ramos. Pela sua importância , num tempo de pré-campanha, com a devida vénia, transcreve-se na integra a peça jornalística.
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Doze anos depois, volta a encabeçar uma lista do Partido Socialista, à Junta de Freguesia do Barril de Alva. O lema é fazer mais e melhor. Em que áreas querem fazer mais e melhor?
O grupo de trabalho entendeu que, em caso de vitória, se deve pautar o mandato com coerência. Tudo o que possa ser dito em abono de qualquer tipo de garantia, soa a falso: ninguém pode prometer o que, à partida, sabe ser impossível cumprir.
A freguesia tem carências que só poderão ser atenuadas ou resolvidas se houver intervenção exterior ao poder local, a começar pelos proprietários das casas devolutas. Procurar resolver algumas dessas situações, é uma prioridade.
Não basta criar infra-estruturas, sejam elas quais forem, e depois não garantir a sua utilidade e manutenção. Estaremos atentos aos pormenores que envolvem o “Parque de Merendas”, onde se inclui o aproveitamento do rio, e será a partir daí que tentaremos desenvolver ideias (que existem!) e futuros projectos relacionados com o Turismo – essa é a nossa maior aposta!
Há que dar dignidade à sede da Autarquia e criar condições para que o povo possa assistir, se assim o desejar, às Assembleias de Freguesia. Além disso, a Junta deve ter a “sua casa da cultura”, onde se possam realizar acções de várias tendências, incluindo Cursos e “Workshops” sem fins lucrativos. A responsabilidade de qualquer Junta de Freguesia, a meu ver, também passa pela cultura das minorias.
A salubridade e o ambiente merecem e justificam atenção e cuidados.
Falar das ruas e caminhos, dos arranjos e limpeza, nem vale a pena porque tudo isso está implícito nas competências da Junta; não se pode, nem deve, usar essa obrigação autárquica como bandeira eleitoral, porque arredonda o ridículo da questão, como é redondo propagandear obras e acções de carácter privado.
“Fazer mais e melhor” do que tem sido feito (refiro-me a iniciativas patrocinadas pela Junta de Freguesia e não pela Câmara Municipal) é, de facto, extremamente fácil: basta ter sensibilidade e gosto pela estética do belo, alindando e dinamizando alguns espaços naturais, como é o caso do Urtigal, para justificar o slogan.
Não somos utópicos nas promessas, mas tentaremos realizar, de forma abrangente, os doze pontos que constam da nossa carta de intenções, a ser distribuída em breve aos barrilenses.
Como dizia Fernando Vale, citando Miguel Torga: “quem faz o que pode, faz o que deve”. Conscientes de todas as nossas limitações, subscrevemos a frase por inteiro!
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A equipa que leva consigo a sufrágio popular em Outubro, é a equipa de recurso ou a equipa que melhor pode servir o Barril de Alva?
Equipa de recurso? Pelo contrário: TODAS as pessoas que integram a lista conhecem os traços primários dos objectivos da nossa candidatura, ninguém foi ao engano de qualquer tipo de chantagem emocional, promessas e/ou garantias para si ou familiares de complementos de reforma, subsídios de inserção, etc. Há um projecto, e para o levarmos a “bom porto”, convidei pessoas de qualidade; além disso, estamos empenhados na mudança de estilos e competências. Nem uma pessoa, das que desejei para os sete primeiros lugares da lista, recusou o convite. Portanto, são a “primeira escolha” e nunca alternativas.
Devo referir um pormenor: depois da anuência do João Luís Gouveia e do Constantino Moura (2º e 3º da lista), todas as decisões passaram a ser consensuais, incluindo a escolha dos restantes membros. Não sei trabalhar de outro modo, que não este: aprecio e procuro a companhia de pessoas inteligentes, capazes, livres e independentes nas ideias, solidárias e fraternas. Foi assim durante os dez anos em que presidi aos destinos da Filarmónica, com os resultados que estão presentes na memória dos meus conterrâneos, agora….não podia ser diferente!
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Após uma luta eleitoral perdida por um voto há 12 anos, com contornos um pouco estranhos pelo meio, contra o agora também candidato pelo PSD, Rogério Leal, vai novamente travar uma batalha, um pouco "dejá-vu", contra a mesma pessoa. É uma desforra pessoal?
Numa eleição democrática, o povo é soberano, logo não há lugar a desforras.
Perdi essas eleições de forma estranha e duvidosa, de facto…
Desta vez, o que volta a estar em jogo são as estratégias assumidas pelos candidatos, em nome dos dois partidos mais votados no concelho. Por mim, assumo a verticalidade com que o PS se apresenta a votos, mas reconheço que é uma “luta pessoal”, entre duas pessoas que têm trajectos pessoais diferentes, a vários níveis, formas diferentes de estar na sociedade, personalidades diferentes, gostos culturais diferentes, enfim…mental e fisicamente nada nos aproxima.
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O actual presidente da Junta de Freguesia e novamente candidato pelo PSD, prescindiu da secretária e do tesoureiro que o acompanharam nas últimas "gerências". Entende isso como uma fraqueza da lista, ou uma revitalização do PSD no Barril de Alva?
Um conceituado advogado da nossa praça, que faz o favor de ser meu amigo, emprega bastante esta frase: “mais vale um mau acordo do que uma boa demanda”! Deve residir aqui a génese da sua pergunta. O candidato do PSD saberá porque agiu dessa forma. É uma excelente questão a merecer melhor resposta; o povo do Barril de Alva espera entender, neste caso, a “teoria da chiclete”!
Todos sabemos que a militância partidária nas nossas aldeias é quase nula; nas freguesias como o Barril de Alva, os eleitores votam (para as Juntas de Freguesia) nas pessoas e muito pouco, quase nunca, nos partidos políticos. Mais do que ser militante de um partido, por vezes dá “um certo jeito” aos candidatos liderar uma instituição, sobretudo se for de carácter social, ou ser empregador. Sempre foi assim. O tempo dos partidos se revitalizarem, no mundo rural, pertence ao passado.
De há uns anos a esta parte, o que se nota, em algumas situações, é o regresso de um certo tipo de caciquismo disfarçado em representação democrática. Voltou a “cultura do medo”, fazem-se ameaças veladas “à boca pequena”, promete-se o que é de Lei junto dos mais idosos – logo, mais sensíveis – como se tratasse de uma benesse pessoal, garantem-se empregos “invisíveis”… e fico por aqui!
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Fátima Portugal, que trata no seu blogue de campanha (http://fazermaisemelhor.blogspot.com/) por "senhora", foi há quatro anos, a seu convite, cabeça de lista pelo PS, e vai agora como nº 2 pelo PSD, e como nº3, vai também alguém que sempre esteve ligado ao PS. Como interpreta esta mudança de posição por parte de ex-camaradas seus?
Reservo para mim a opinião sobre a estratégia pessoal e política destes dois barrilenses, Em termos pessoais, continuo a manifestar-lhes o mesmo conceito de amizade. Como cidadãos livres e responsáveis, decidiram – nada a opor.
Trato por senhora a doutora Fátima Portugal, obviamente porque o é, merece-me todo o respeito. O meu amigo e companheiro de outras “lutas” políticas e associativas, Guilherme de Jesus, é igualmente um senhor que respeito e prezo; andámos juntos na escola, é pessoa de bem, honesta, nada belisca a nossa amizade. Por mim, não há qualquer constrangimento.
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Sendo os actuais nrs 2 e 3 da lista do PSD, ex candidatos do PS, com lugar na Assembleia de freguesia, não haverá aqui uma grande “estranheza”, para não dizer “promiscuidade”?
O termo “promiscuidade” é seu, mas partilho da sua “estranheza”. Quem lhe poderia responder com rigor é a pessoa que lhes endereçou o convite, mas duvido que o faça…
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Corre o boato que, após as eleições, e no caso de vitória por parte do PSD, alguns meses depois, o agora candidato do PSD, vai abandonar a Junta, ficando como presidente Fátima Portugal. A ser verdade, tratar-se-á de um grande "embuste" político, como analisa esta hipotética situação?
Foi a própria senhora doutora Fátima Portugal quem o disse de viva voz, e eu ouvi, incrédulo. Se a promessa era para cumprir, talvez nunca se venha a saber, porque a vitoria nas eleições de Outubro, estou certo, será nossa, do PS.
Não escondo que foi por causa dessa hipotética alteração na liderança da Junta de Freguesia que decidi aceitar o convite do Partido Socialista. Sou republicano convicto, partilho os valores da liberdade, igualdade e fraternidade, não sou nada apologista das “monarquias institucionais”.
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Para terminar, que mensagem quer deixar a todos os barrilenses?
Os barrilenses podem esperar da nossa candidatura total transparência. Não faremos promessas vazias de conteúdo, utópicas. Há uma carta, a ser distribuída aos barrilenses, como se disse, onde, de forma generalista, assumimos doze itens. Esse é o nosso programa eleitoral
Cada ponto terá explicação pormenorizada durante um encontro, onde esperamos contar com todos os conterrâneos que se revejam nos ideais de que fazemos fé, a saber: fazer mais e melhor com transparência nas palavras e nos actos nos próximos quatro anos, durante a gerência da Junta de Freguesia. Os barrilenses sabem de nós o suficiente para escolherem em consciência – está nas suas mãos patrocinar a mudança de estilos e competências, como a maioria deseja e o Barril de Alva exige!

1 comentário:

  1. Não posso deixar de dar os parabéns pela lucidez das respostas.Sou militante do PSD,em Arganil, conheço o Carlos Ramos, sei do que é que é capaz - foi capaz de revolucionar o Rádio Clube de Arganil quendo passou por lá - por isso entendo que é uma excelente aposta se for eleito.

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